segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

SEMANA DE 22 – UM MARCO BRASILEIRO


SEMANA DE 22 – UM MARCO BRASILEIRO
22´s WEEK – A BRAZILIAN MARK
Por Cláudio Kaz
By Cláudio Kaz






Resumo:

A semana de arte moderna mudou o rumo das artes e do pensamento brasileiro. Apesar de não ter tido um grande sucesso na época, influenciou uma geração futura.
O Brasil já era independente há 100 anos e ainda não conseguia criar raízes profundas a respeito de sua identidade. Além de cópia dos modelos europeus de arte, os artistas se viam atrasados. Muitos ainda se expressavam com linguagens do passado. E a semana foi justamente para juntar grandes nomes das artes com novas idéias. Personalidades da pintura, escultura, poesia e música buscavam um caminho de livre expressão. Porém não foi fácil. Duras críticas foram feitas ao movimento e nos dias das apresentações os ânimos se exaltaram um pouco. Vaias, xingamentos, deboches. Tudo muito novo gera medo. Principalmente o autoconhecimento. Nessa década de 20 vem a público o movimento antropofágico. Carregado de idéias e pregando uma literatura livre, sem métodos. Era o amadurecimento de uma nação muito jovem que necessitava de uma certidão de maior idade.

Abstract:

The week of modern art changed the direction of arts and Brazilian thought. Despite not having had great success at the time, influenced a generation to come.
The independent Brazil was already 100  years independent and still could not put down roots deep about his identity. In addition to copying of European models of art, the artists saw themselves out of time. Many still expressed in languages ​​of the past. And the week happened to gather big names in art with new ideas. Personalities of painting, sculpture, poetry and music were seeking a way to free expression. But it was not easy. Harsh criticism was made ​​to the move and in the days of the presentations the moods exalted a little. Jeers, insults, slurs. Everything new breeds fear. Mainly self-knowledge. In this decade of 20 comes out the movement of anthropophagy. Loaded with ideas preaching a free literature, no methods. It was the maturing of a nation so young that he needed a certificate of adulthood.

Palavra-chave: antropofagia modernismo arte
                          Anthropophagy modern art

            O século XX começa. Todos os olhos se voltam para o futuro. Para o moderno. Para o novo. O mundo passa por uma crise de identidade. Tudo era velho, antigo e ultrapassado. O novo século viria para dar luz à humanidade. Tecnologias estavam surgindo e se popularizando. Muitos queriam ser novos humanos. Queriam o futuro e para isso precisavam apagar o passado. Ao mesmo tempo em que surge o Futurismo, surge também o Primitivismo. O futuro era mostrar que o não mostrado tinha algo de bom. O antes tachado como feio ou de mau gosto (leia-se “não-europeu”) agora era valorizado e difundido.
            O mundo em crise afetava a todos. Essa crise culminou em guerra alterando profundamente o panorama social, político, econômico e artístico do mundo. Movimentos radicais surgem pelo mundo como: Futurismo, Expressionismo, Cubismo, Dadaísmo, e o Surrealismo. Todos eles com o propósito de mudar os rumos da arte optando pelo novo e renegando o antigo. Quebrando paradigmas e mostrando que a arte estava “envelhecida”. Todos queriam renegar o modelo conservador e acadêmico.
            No Brasil não foi diferente. Além de ter sido afetado como todos os outros países, nossa nação passava por uma crise de identidade. Não sabíamos o que éramos. Que cara tínhamos. Como eram os Estados brasileiros. Só se via o litoral atlântico que mirava a Europa. Todos queriam ser Europeus. Todos agiam como tal. Especialmente imitando a França. Considerada a Meca cultural do mundo.
            Com a primeira Grande Guerra, surge uma tendência ao nacionalismo. E com todas essas novas correntes recém nascidas no mundo o Brasil inicia a vanguarda. Mario de Andrade já dizia que todos têm direito a pesquisa estética. Segundo a autora Lucia Helena, “(...) tanto a valorização da linguagem enquanto tema e objeto da própria arte, quanto à insatisfação do criador em face dos procedimentos já sedimentados, e a busca de penetrar nos domínios do inconsciente.” (HELENA, 1989: p. 06).
            Os debates em torno desse tema foram intensos. Muitas críticas duríssimas foram jogadas contra as pessoas que levantavam a bandeira da livre expressão. Nos anos surge o Modernismo, conhecida como fase “heróica”, pois suportou todo um conservadorismo vigente. Em meio a todos esses fatos acontece A Semana de Arte Moderna em 1922.
            A semana acontece em fevereiro de 1922 na cidade São Paulo. Conhecido como umas das maiores produtoras de café do mundo na época chegou a ter mais de 70% de todo o produto consumido no mundo feito lá. Os moradores de São Paulo viam a prosperidade econômica surgir em formas de mansões. Grandes avenidas e ruas largas eram feitas para receberem carros importados. Estrangeiros invadiam o país. Porém, toda essa riqueza contrastava com o estilo colonial e rural que ainda se imperava. As mudanças eram pouco absorvidas. Os próprios modernistas diziam que o Brasil era um país “jeca”. O isolamento cultural também era aparente. São Paulo e Rio de Janeiro foram os grandes centros nacionais que promoviam intercâmbio com a Europa e assim eram mais visíveis no mundo das artes. Nesse contraste, o embate se acirra. O Rio de Janeiro era mais pólo artístico que São Paulo, porém era mais seguidor do sistema acadêmico. São Paulo, por esse motivo era uma cidade onde era mais fácil se implantar algo novo.
            Antes da semana, porém, um longo caminho já tinha sido percorrido pelos estudantes brasileiros. Muitos deles após voltarem de viagens à Europa traziam novas tendências e queriam implantá-las aqui. Queriam colocar a arte brasileira em sincronia com a arte mundial. Colocá-la em patamar de igualdade. Isso não era novo. Juntou-se uma idéia já em moda para se alinhar a uma nova que todos queriam fazer. Na França se colocava o homem selvagem como um novo homem a ser seguido. Antes tachado como “sem alma” e bizarro, os índios e africanos eram tidos como originais. Tinham raiz cultural. Um grande dilema que se instalava entre os artistas eram a de que se era ou não original. Essa angústia era recorrente nas correntes artísticas. Tudo se imitava. Nada era novo. O homem selvagem era visto como um ser sem influências, puro e sem transgressões. O canibal era o cúmulo do selvagem. Um ser humano que absorvia toda coragem e magia do seu oponente através de sua carne. A partir dessa tese surgiu-se o Manifesto Antropofágico, onde Oswald de Andrade afirma que temos que “comer” a raiz nacional e “temperá-la” com toques de cultura dos nossos colonizadores fazendo assim uma cultura nova e original.
            Muitos simpatizantes do Modernismo ajudaram financeiramente. Sem o dinheiro para alugar o Teatro e a divulgação dificilmente eles conseguiriam coroar o evento no Teatro Municipal.
            Foram escolhidos os nomes para as apresentações. As artes plásticas estavam muito bem representadas. Todos paulistas.  Porém, o mesmo não se pode dizer das outras áreas. O Rio de Janeiro imperava nos famosos nomes. Somente Graça Aranha, carioca, que incorporou o movimento. Oswald de Andrade, numa roda de chá no meio aristocrático paulista proferiu discurso e convenceu todos mudarem o rumo da arte no Brasil a partir das comemorações do Centenário de Independência. A muito se queria fazer um mostra para trazer as novas idéias que vigoravam na Europa. Porém era preciso de suporte e união entre classe artística e burguesia. Queriam chocar a sociedade mostrando seus trabalhos baseados nessas novas tendências. Barões do café dividiram as despesas para com o movimento e assim dar início aos preparativos.
                        A semana, então, foi inserida no meio das comemorações do Centenário de independência do Brasil. Era a “independência artística”. E pretendia estimular os ânimos e alvoroçar a classe artística brasileira. O lindo e famoso Teatro Municipal foi palco para o prometido “show de horrores” como dizia Graça Aranha. Na verdade, o choque já tinha começado logo na entrada quando as pessoas já podiam ver as pinturas. E essas ficaram de segunda dia 13 até sábado dia 18 de fevereiro de 1922. Nomes como Anita Malfatti faziam brilhar e surpreender o hall de entrada. O mesmo aconteceu com Di Cavalcanti.
            Graça Aranha era ligada a Academia Brasileira de Letras. Muitos se perguntaram por que ele estava lá fazendo a conferência de abertura. E foi o nome dele que legitimou e valorizou a semana. Foi uma jogada de mestre colocá-lo lá. E ele, além de simpatizante, era bem relacionado com as altas esferas sociais. Porém, para Oswald, Paulo Prado foi o grande nome por trás da Semana de 22. Rico, político, bem relacionado e escritor, comandava almoços com grandes nomes das artes. Além de se comer bem as reuniões é que se destacavam. Os debates giravam em torno de qual rumo o Brasil deveria tomar em relação às artes. Outro que não podemos deixar de citar: Monteiro Lobato. Crítico ferrenho do modernismo, seus “tiros” em direção ao movimento saiu pela culatra. Somente levou o nome dos modernistas mais longe. Apesar das críticas, Monteiro Lobato foi convidado para apadrinhar o evento. Porém, recusou e Graça Aranha tomou seu lugar. Muitos dizem que Lobato não deu o braço a torcer, pois poderia se converter ao modernismo se aceitasse o convite. Quem sabe. O que se sabe é que Lobato já começara um rompimento na estética artística brasileira. Produziu textos com mais oralidade brasileira e introduziu figuras do folclore na literatura. Talvez por ter sido ranzinza, continuou um cavaleiro solitário.
            Entretanto, os grandes nomes do movimento foram, sem sombra de dúvida, Mário de Andrade e Oswald de Andrade. Eles “teriam funcionado como catalisadores de uma tendência esboçada no cenário pós-guerra. Dotados de personalidades, extração social, atitude e estilos inversos (...) juntos, dinamizaram e deram vida à constelação que se formou ao redor deles, e a qual souberam inspirar e fecundar. (CAMARGOS, 2007: p.27). Mário era pensador. Raciocinava várias vezes sobre o mesmo tema. Não deixava escapar qualquer detalhe. Inclusive seus próprios pensamentos. Era homem mais sério e centrado. Oswald, pelo contrário, era o estopim de idéias. Se levava pelas primeiras impressões que lhe vinham à cabeça. Tinha uma inteligência rápida e um humor ácido. Conseguia sintetizar tudo. Desses dois opostos criou-se uma amizade conflitante, mas muito saudável para o movimento.
            A aristocracia paulistana toda assistia ao espetáculo. Inclusive Washington Luiz, que na época era Presidente do Estado (o equivalente a Governador hoje). Empresários riquíssimos também se encontravam no teatro tentando digerir todas aquelas apresentações estapafúrdias. Num dos cartazes da Semana se via estampado “Nós temos talento.” Além das bem humoradas críticas a grandes nomes do mundo das artes com caricaturas e frases satíricas como: Carlos Gomes é burro! Ou Chopim era tocador de berimbau!
            No primeiro dia, Graça Aranha proferiu uma longa introdução. Apesar de o dia ter sido tranqüilo todos saíram meio confusos. Seu discurso pregava totalidade cósmica, objetividade dinâmica, o surto do gênio avesso a disciplina no momento da inspiração tornando livre a criação. Sendo assim, a arte moderna veio como uma aurora que tem no regionalismo um material vasto, aspirando assim o universal. Por mais estranho que isso parecesse. Com um texto difícil de entender e indefinido os espectadores se entreolhavam.
            No segundo dia, quarta-feira dia 15 de fevereiro, foi o dia da literatura. Menotti Del Picchia abriu os trabalhos. Ainda tivemos Guilherme de Almeida, Mário de Andrade, Ronald de Carvalho e Oswald de Andrade. Numa tremenda jogada de marketing, apesar de parecer o contrário, Oswald, conhecido como o mais debochado da turma, incitou estudantes de Direito a vaiarem e gargalharem. Além de gozações ao imitar animais e onomatopéias. Sem esquecer também da chuva de hortifrutigranjeiros que voavam no palco. Ovos, tomates, alfaces etc. além, claro, de palavrões impublicáveis. O motivo era escandalizar a burguesia paulistana. Super provinciana e chique que só aceitava padrões estéticos conservadores e etiqueta. Etiqueta e boa educação acima de tudo. Como nos moldes ainda da realeza. O mais importante era que o festival não passasse em branco. Era melhor ter um uma gama de pessoas contra do que o marasmo da indiferença. As críticas geravam discussões. E isso era fundamental.
            No terceiro dia, relativa tranqüilidade. Porém, Villa-Lobos se apresenta de maneira, digamos, um pouco diferente. Num pé sapato e no outro chinelo! Isso foi tido, para muitos como uma afronta. Eletrizando mais ainda os nervos da platéia. Mais tarde o maestro se justifica que não se tratava de nenhum ato rebelde. Apenas usara chinelo, pois estava passando mal devido a uma crise de gota. Já não bastasse o susto na entrada com os quadros, os presentes “arregalaram os olhos” (e os ouvidos também) quando o maestro mostrou suas músicas misturadas a instrumentos nordestinos!
            Na verdade, a Semana deixou a desejar em alguns aspectos. Deixou de fora nomes de outros Estados brasileiros. O velho eixo Rio-São Paulo vigorou. Apesar de Mário e Oswald terem redescoberto o Brasil com suas viagens, muitos artistas brasileiros não participaram simplesmente porque desconheciam o evento. E até mesmo dos nomes conhecidos da época, muitos ficaram de fora. Na música, por exemplo, Ernesto Nazareth. Monteiro Lobato não participou por motivos já explicados. Manuel Bandeira estava enfermo. Fotografia e Cinema também não tiveram vez. Isso sem falar do teatro e dança. A impressão que se tem é a de que se fez com o que se tinha em mãos. Ou se tratava de um grupo fechado e corporativista. Também se tem a teoria do esquecimento. Estavam tão empolgados com seus próprios trabalhos que se esqueceram de outros nomes.
            A Semana foi ignorada pelo grande público, e foi extremamente criticada pelos jornais e revistas. Além de ter sido alvo de chacota pelos seus próprios organizadores. Mesmo assim, mudou o rumo das artes no Brasil. Porém não deve ser tratada com um marco zero das artes no Brasil. Muito de produziu antes e com excelente qualidade. O Modernismo veio para mudar, logicamente a partir do já feito. O multiculturalismo brasileiro não era conhecido, pois sempre empregava modelos europeus aos seus feitos. Dificultando assim a expressão de toda sua diversidade.
            O movimento também serviu de alerta e denúncia. Era o Brasil mostrando o Brasil para os brasileiros. Muitos foram os nomes que retratavam o verdadeiro dilema. Fome, miséria, doenças. Esse era o quadro. Muitas sementes surgiram desses fatos. Inclusive o nascimento do Partido Comunista. Apesar disso tudo, o povo não participou muito ativamente, pois achava o movimento “coisa de grã-fino”. Somente com o passar do tempo é que se popularizou. Muitos artistas queriam que as artes alcançassem as grandes massas. Com fácil compreensão e que tivesse uma finalidade social. Entretanto isso era um conflito interno. Ser popular ou experimentar novas receitas estéticas onde os mais instruídos é que teriam maior compreensão?
            Mesmo assim, nas letras, a coragem de fazer com que os intelectuais aceitassem poemas como “Os Sapos” de Manuel Bandeira era de grande valia. Falava-se de coisas comuns ao dia a dia. Coisas modernas e usuais. Era possível o quanto tropical o país é. Aceitava-se a cultura tida como bárbara pelos colonizadores e que continuavam sendo pelos europeus. Mas, por um lado, ninguém também sabia ao certo se era moderno. Era também uma fase de experimentação. Não se sentiam uma corrente forte. Era como se cada participante tende-se para um lado. A base era a mesmo, mas alguns ainda puxavam mais para o lado futurista, outros dadaísta, etc. Outros continuavam nas altas rodas da sociedade. Talvez possamos dizer que os jovens sabiam o que não queriam, mas não o que queriam. Queriam abraçar o mundo e acabavam entrando em contradições ao abraçar bandeiras que no fundo eram conservadores e elitistas. Formando, assim, blocos dentro do movimento.
            Logo após a Semana de Arte Moderna, seus membros saíram do anonimato. Tiveram mais responsabilidade. A fase de negação do passado já não bastava. Agora o próximo passo era erguer um estandarte com a cultura brasileira. Várias revistas foram criadas para que isso se tornasse possível. Os modernistas começaram viagens pelo Brasil para “redescobri-lo”.
            Apesar da ambigüidade, o movimento alcançou lucidez com a antropofagia. Além do Movimento Antropofágico, surgiram também Movimento Pau-Brasil, que apresentava uma posição primitivista, buscando uma poesia ingênua, de redescoberta do mundo e do Brasil e que foi inspirada nos movimentos de vanguarda europeus, devido às viagens que Oswald fazia à Europa e Movimento Verde e Amarelo e o Grupo do Anta. Nesse último destacavam-se os textos patrióticos e ufanistas com uma idealização do país.
O movimento encontrou muita força nas revistas Klaxon e Revista de Antropofagia. A primeira circulou por quase 1 ano. Interessante destacar que a palavra Klaxon é usada para designar a buzina externa dos automóveis. Já na segunda revista destacam a frase irônica de Oswald de Andrade sob o pseudônimo de Freuderico: “Não fazemos crítica literária. Intriga, sim!”. Outra interessante frase feita pelos organizadores foi: “A revista de antropofagia não tem orientação ou pensamento de espécie alguma: só tem estômago.” Com essas demonstração de bom humor que podemos ter uma boa idéia do que eram esses periódicos.
O Modernismo assimilava e não copiava modelos estrangeiros. O mais importante era olhar para dentro e ser capaz de se conhecer. Inclusive fazer paródias, tirar sarro e poder rir de si mesmo. Mas, nunca se anular.
São inúmeros os nomes de hoje que se basearam no movimento. O próprio Tropicalismo fundado por Caetano Veloso e Gilberto Gil era bem fundamentado no movimento antropofágico. Como dizia Gilberto Gil queríamos juntar Orquestra de Pífanos de Caruaru com Jefferson Airplane. Tom Jobim já dizia que seu mestre maior era Villa-Lobos. Paulo Leminski tem “pedaços” de modernistas em sua obra. O próprio Chacrinha tinha o colorido e a esculhambação características dos que vieram para confundir e não para explicar. Reparem na música de Tom Zé que se chama Tô:

(Tom Zé)

Tô bem de baixo prá poder subir
Tô bem de cima prá poder cair
Tô dividindo prá poder sobrar
Desperdiçando prá poder faltar
Devagarinho prá poder caber
Bem de leve prá não perdoar
Tô estudando prá saber ignorar
Eu tô aqui comendo para vomitar
Eu tô te explicando
Prá te confundir
Eu tô te confundindo
Prá te esclarecer
Tô iluminado
Prá poder cegar
Tô ficando cego
Prá poder guiar
Suavemente prá poder rasgar
Olho fechado prá te ver melhor
Com alegria prá poder chorar
Desesperado prá ter paciência
Carinhoso prá poder ferir
Lentamente prá não atrasar
Atrás da vida prá poder morrer
Eu tô me despedindo prá poder voltar

Temos inúmeros trabalhos que podemos citar aqui. Todos visivelmente absorvidos do modernismo.
A verdadeira questão era como dizia Oswald de Andrade: Tupi or not Tupi.

Bibliografia:

CAMARGOS, Márcia. 13 a 18 de Fevereiro: A Semana de 22: Revolução Estética? São Paulo: Lazuli, 2007.

HELENA, Lúcia. Modernismo Brasileiro e Vanguarda.  São Paulo: Ática, 1989.

NETTO, Adriano Bitarães. Antropofagia Oswaldiana: Um Receituário Estético e Científico. São Paulo: Annablume, 2004.

Cláudio Kaz: Formado em História pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora. Há 8 anos é músico profissional e hoje leciona inglês na Bit Company. Estudou inglês em Dublin, República da Irlanda.

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