segunda-feira, 26 de setembro de 2011

VIDEOCONFERÊNCIA (AO VIVO DE PORTUGAL)

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Uma vitória para as mulheres negras de todo o Universo...




"A 60ª edição do concurso começou com a apresentação das 89 candidatas no palco do Credicard Hall. Logo em seguida foram anunciadas as 15 finalistas: França, Kosovo, Colômbia, China, Angola, Austrália, Porto Rico, Brasil, Holanda, Ucrânia, Panamá, Portugal, Filipinas, Estados Unidos, Venezuela e Costa Rica. As representantes, então, desfilaram de biquíni para que os juradores escolhessem as dez mais preparadas para o posto de Miss Universo. As eleitas foram Angola, Brasil, Ucrânia, China, Filipinas, Austrália, Costa Rica, França, Portugal e Panamá.
Após o desfile em traje de gala, seguiram para a última etapa da competição as misses Angola, Brasil, Ucrânia, China e Filipinas. Todas essas respoderam às perguntas de alguns jurados. Por ordem de sorteio, a Miss Ucrânia, Olesya Stefanko, foi a primeira. "Se você puder trocar de vida com outra pessoa, com quem trocaria?", questionou Amélia Veiga. A Miss disse que estava muito satisfeita com sua vida, mas, se pudesse escolher, seria a Cleópatra: "uma mulher pode ser uma líder, como a do Egito", disse.
A Miss Filipinas, Shamcey Supsup, foi questionada pela jurada Viviva Fox, que perguntou se ela mudaria de religião para se casar com a pessoa amada. A miss respondeu que, se tivesse que mudar de religião, não casaria. "Tenho meu Deus, minha fé e meus princípios. Se a pessoa me ama, terá que amar meu Deus", disse.
A top brasileira Isabeli Fontana foi a escolhida para questionar a Miss China, Luo Zilin, e perguntou o que ela achava das praias de nudismo. A miss respondeu que cada país tem "sua cultura, sua escolha e seus hábitos. Precisamos respeitar e compreender".
Já a Miss Brasil, Priscila Machado, respondeu a pergunta feita pelo piloto de fórmula Indy Hélio Castroneves. Ele quis saber o que ela faria para evitar uma guerra. Priscila respondeu que iria explicar para as pessoas que a principal qualidade do ser humano é o respeito. "Nenhuma guerra é baseada em respeito, e sim na falta de respeito, educação e humanidade. Desta forma, eu diria às pessoas que, como seres humanos, devem respeitar o próximo", disse.
Por fim, a atriz Filipina Lea Salonga quis saber da Miss Angola, Leila Lopes, se ela mudaria algo em seu corpo. Taxativa, a miss disse que estava satisfeita como "Deus a fez. E não mudaria nada, me considero bonita. E tenho um conselho: respeitem uns aos outros". Após responderem as perguntas feitas pelos jurados, foi revelado as três finalistas: Ucrânia, Brasil e Angola, coroando Leila como a mais bonita do mundo.'...

Fonte:http://diversao.terra.com.br/tv/miss-universo/2011/noticias/0,,OI5345675-EI18486,00-Angolana+vence+Miss+Universo+brasileira+fica+em.html

Candidatas negras ao Miss Universo sofrem racismo em site nacionalista

Candidatas negras ao Miss Universo sofrem racismo em site nacionalista

‘Como alguém consegue achar uma preta bonita?’, escreveu membro.
Concurso realizado em SP vai eleger mais bela do mundo na segunda (12).

Kleber Tomaz Do G1 SP
Site que se intitula nacionalista branco possui comentários racistas contra misses (Foto: Reprodução)Site que se intitula nacionalista branco possui comentários racistas contra misses de Aruba e Dinamarca (Reprodução)
Um site internacional que se define nacionalista branco e possui adeptos do ditador nazista Adolf Hitler voltou a fazer ataques racistas e preconceituosos a mulheres na internet. Agora, o alvo dessa comunidade, que usa a web para reunir grupos de intolerância, são as candidatas ao Miss Universo.

Neste ano, o concurso ocorre no Brasil. Oitenta e nove representantes de diferentes nacionalidades, ascendências e misturas raciais disputam o título de mais bela do mundo na próxima segunda-feira (12), em São Paulo.

No fórum de discussão "Miss Universo 2011" da comunidade brasileira do Stormfront.org, foram postadas fotos das concorrentes e links sobre elas com ofensas racistas às negras, afrodescendentes e mestiças. Também há insultos às europeias, colocando em xeque o "grau de pureza" racial das garotas, levando-se em conta a opção religiosa delas. Há outros questionamentos se elas são realmente brancas pelo fato de algumas não terem olhos azuis e cabelos loiros.

Em julho, a brasileira Silvia Novais, de 24 anos, eleita Miss Itália no Mundo 2011, já havia sido vítima de racismo dos mesmos ‘nacionalistas’ do site contrários à escolha dela pelo fato de a modelo ser negra. O G1 publicou reportagens sobre o caso. Ela havia vencido o concurso na Europa como a mais bela descendente de italianos. Seu bisavô materno nasceu em Florença. Num dos insultos, ela foi xingada em inglês de "negra nojenta". Procurada, a miss lamentou as ofensas, mas não registrou queixa na polícia contra o site.
Miss Universo 2011Em meio aos mais recentes xingamentos em português na internet, oito das participantes do Miss Universo tiveram suas imagens reproduzidas no site.

Essa é a "menos feia" de um país inteiro, como alguém consegue achar uma preta bonita?”, escreveu um dos membros do Stormfront (frente de tempestade, numa tradução livre do inglês para o português) sobre a miss Aruba, Gillain Berry, de 24 anos.

Em outro comentário, a miss Botsuana, Larona Motlatsi Kgabo, de 25, que é negra, é criticada de modo pejorativo por um integrante do site que diz morar em São Paulo. “Mas tenho que admitir que me surpreendi com a miss Botsuana. Tenho certeza que a minha empregada é mais bonita que ela. Dá um 'look ae':”.
Nos demais diálogos do fórum, os "nacionalistas brancos" afirmam que a vencedora do Miss Universo será uma negra pelo fato de o concurso ser realizado no Brasil, país onde a miscigenação é presente.

“(...) é certeza que uma negra ganha essa, provavelmente a Angola (tá mais para uma mulata). Por quê? Primeiro: Liberais. Segundo: jurados querendo fazer média com Africanos, e seus descendentes como Brasilóides”, comentou um dos ‘stormfronters’.
Miss Universo Aruba, Gillain Berry (Foto: Divulgação/Miss Universo)Miss Aruba, Gillain Berry,  foi atacada com ofensas
racistas no site (Foto: Divulgação / Miss Universo)
A representante de Angola é Leila Lopes, de 25 anos. Na opinião dos membros do site, além dela, outra negra da mesma idade, Bokang Montjiane, miss África do Sul, poderá ser escolhida pelos julgadores como a ganhadora do título de mulher mais linda do mundo numa decisão política.

Vai ser engraçado se ganhar uma preta aleatória. Terça que vem posto de novo. Ratificando: Vai dar preta, certeza. Btw, eu ainda não tinha visto a miss americana. Uma pena, vai cair fora rapidinho. Mas coitada, não tem culpa, apenas nasceu na pior época para tentar ser miss”, comentou um membro sobre as chances de vitória da ruiva de olhos claros Alyssa Campanela 21, dos Estados Unidos.

Para mim esse concurso Miss Universo não passa de mais uma maneira de divulgar o multiculturalismo sionista e as ''belezas'' da diversidade. Me assustam alguns países brancos europeus com representantes não brancas”, postou um dos integrantes do site, que atacou as candidatas européias por causa de supostas miscigenações e religião. “Alguns exemplos: Miss Dinamarca (filha de iraquianos e dinamarqueses, ja foi miss Iraque no mundo). Miss Rússia: (tambem muçulmana). Miss Alemanha, (nao fica claro se é ou não branca, mas alemã com certeza não é).

Os membros do Stormfront, que usa como slogan ‘White Pride World Wide’ (algo como Orgulho Branco ao Redor do Mundo), não perdoaram nem o bronzeado da dinamarquesa de cabelos ruivos e olhos claros Sandra Amer, de 21 anos, numa das fotos de divulgação da candidata. “Sobre a miss Dinamarca, que vergonha! Com tantas loiras clarinhas lá arrumaram essa coisa, pele de laranja”, escreveu um membro que diz morar no Rio Grande do Sul.

A morena russa de olhos azuis Natalia Gantimuriva, de 20 anos, é criticada pelos "nacionalistas" por ter se convertido à religião muçulmana. “Se é muçulmana, ou foi convertida, ou a opção mais provável é que tenha ancestrais recentes não brancos, ou seja, não é branca, apenas tem aparência de uma” e “Em casos como a miss Rússia, se abandonasse a sua religião eu não teria problema em a aceitar como branca” são alguns dos comentários postados.
Miss Universo Botswana, Larona Motlatsi Kgabo (Foto: Divulgação/Miss Universo)Miss Botsuana, Larona Motlatsi Kgabo, também
sofreu ofensas (Foto: Divulgação / Miss Universo)
Em outros posts, os integrantes do Stormfront discutem sobre a propaganda que os organizadores do concurso fazem sobre o Miss Universo e o trabalho voluntário e social que as ganhadoras têm de realizar, comparando esse serviço a uma espécie de prostituição.

Não faz diferença as miss representarem ou não a população local. Para ser modelo, atriz, capa de revista, é como uma obrigação moral se "prostituir" em todos os sentidos. As vencedoras dos concursos têm que fazer palestras promovendo o multiculturalismo, a 'white guilty', campanhas contra a miséria no terceiro mundo, doações para África, a adoção à distância, etc. Toda a cartilha liberal de ativismo social. Depois estas mesmas miss que tiveram um início 'humilde' de carreira virarão senhoras socialites ao estilo Paris Hilton, ficarão ainda mais sionistas, mesticistas...”, escreveu um membro.

Além da comparação pejorativa com a socialite norte-americana Paris Hilton, eles citam a modelo brasileira Gisele Bündchen. “Gisele Bundchen por mais ariana que pareça não tem nada que lembre a ética e a moral ariana.

Um integrante que diz morar em Minas Gerais se revolta ao comentar que as misses estão tendo contato com a cultura brasileira durante o tempo de permanência delas no país. “E além de tudo o que ja foi discutido aqui, estão introduzindo a cultura brownsileira nas misses, o que é revoltante. Todos os dias elas estão naquelas escolas de samba.
Dinamarca: Sandra Amer tem 21 anos e nasceu em Copenhague (Foto: Divulgação/Miss Universo)A dinamaquesa Sandra Amer , 21, foi criticada por
ter a pele bronzeada (Divulgação/Miss Universo)
InvestigaçãoO Stormfront já é conhecido da Polícia Civil de São Paulo. O site e seus membros são investigados há alguns anos pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), por suspeita de ser uma comunidade neonazista que recruta brasileiros. O grupo foi criado na internet nos Estados Unidos no início dos anos 1990 e arregimentou muitos paulistas. Segundo a polícia, para difundir a manutenção e expansão da raça branca, seus integrantes combinam ataques a negros, judeus, homossexuais, nordestinos e imigrantes ilegais.

Apesar de informar na sua página que a comunidade não é neonazista, racista, homofóbica e intolerante, há citações e fotos de oficiais de Hitler, suásticas e símbolos nazistas.

O G1 não conseguiu localizar os responsáveis pelo Stormfront para comentar o assunto. Também há um recado em inglês que informa os visitantes sobre o conteúdo que vão encontrar:

"Somos uma comunidade de nacionalistas brancos. Há milhares de organizações que promovem os interesses, valores e patrimônio de não brancos. Promovemos o nosso. Você está convidado a navegar nos nossos 7 milhões de postos, mas você deve se registrar antes de postar em qualquer fórum, exceto aqueles designados como aberta a convidados”.

O Stormfront informa ainda que sua "missão é fornecer informações não disponíveis nos meios de comunicação controlados e construir uma comunidade de activistas Brancos, trabalhando para a sobrevivência de nosso povo".
Miss Universo Rússia, Natalia Gantimurova (Foto: Miss Universo/Divulgação)Miss Rússia, Natalia Gantimurova, foi atacada por
ser muçulmana (Foto: Miss Universo/Divulgação)
Dentre as regras de postagem dos comentários no site estão: "Não use linguagem abusiva, vulgar ou desrespeitosa. Evite epítetos raciais. Não faça críticas pessoais a outros usuários que são cruéis, duras ou agressivas".

O G1 não conseguiu falar com as misses citadas pelo site sobre o assunto.

A assessoria da Band, que transmite o concurso, e a organização do Miss Universo disseram que não vão comentar o caso.

Policiais civis ouvidos pelo G1 informaram que os responsáveis pelas mensagens no Stormfront, bem como o site, podem ser responsabilizados por injúria, que é ofender alguém por conta de sua raça, cor e religião. Para isso, é necessário que as vítimas prestem queixa numa delegacia.

Caso sejam identificados e considerados culpados, os donos dos comentários podem ser condenados a penas de reclusão de 1 a 3 anos. Como a punição é de menor potencial ofensivo, ela pode ser convertida em pagamentos de cestas básicas ou prestações de serviços comunitários.
Fonte:  http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2011/09/candidatas-negras-ao-miss-universo-sofrem-racismo-em-site-nacionalista.html

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Polêmica: cotas para negros em concursos públicos

Polêmica: cotas para negros em concursos públicos


O Deputado Estadual Flávio Bolsonaro (PP-RJ), filho do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), ingressou com ação no Tribunal de Justiça do Rio contra o decreto – que estipula 20% das vagas de órgãos do Poder Executivo e administração pública para negros e indígenas -, assinado pelo governador Sérgio Cabral, no começo de junho deste ano.
O decreto, segundo o governador, não exime negros e índios da seleção. Os cotistas precisam obter a nota estipulada para conseguir a vaga, caso contrário ela será transferida aos não cotistas. Cabral disse que essa iniciativa vai ser transformadora. “A paisagem do serviço público brasileiro vai começar a mudar a partir do estado do Rio de Janeiro. Queiramos um dia que essa política não seja necessária, mas ela é necessária para gerar mais oportunidades. Só dessa maneira nós vamos gerar um país desenvolvido”, afirmou.
O que vocês acham da cota para negros e indígenas em concursos públicos?

Fonte: http://www.r2concursosblog.com.br/polemica-cotas-para-negros-em-concursos-publicos/

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Professor do CES/JF organiza evento e lança livro em Portugal.

Colóquio

OS EXTREMISMOS POLÍTICOS DE DIREITA: ENTRE A TRADIÇÃO E A RENOVAÇÃO

29 e 30 de Setembro de 2011
Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa – ICS-UL
Sala 3

Organizadores:

Riccardo Marchi (ICS/UL)
Fábio Chang de Almeida (UFRGS/ICS-UL)
Leandro Pereira Gonçalves (PUC-SP/ICS-UL)

29 DE SETEMBRO

9h30 - ABERTURA António Costa Pinto (ICS-UL)
SEÇÃO 1 Extrema-direita: Europa-América [9h45 12h00]
Coordenação: Fábio Chang de Almeida (UFRGS / ICS-UL)
9h45 – Gilberto Grassi Calil (UNIOESTE / FLUP)
Plínio Salgado e a reinterpretação da doutrina integralista no contexto da derrota nazi-fascista
10h15 – Odilon Caldeira Neto (UEM) (via Skype)
Neointegralismo, direita brasileira pós 1988 e a questão partidária
10h45 – Intervalo
11h00 – Pietro Tessadori (ICS-UL)
África nos regimes fascista italiano e autoritário português
11h30 – Discussão
12h00 – Encerramento
12h00 – 14h00 – Almoço
SEÇÃO 2 Os integralismos em Portugal e no Brasil [14h00 16h15]
Coordenação: Riccardo Marchi (ICS-UL)
14h00 – Paulo Archer (CEIS20-UC)
Integralismo Lusitano: tradição, conservantismo, antirrepublicanismo
14h30 – Nuno Simão Ferreira (FLUL)
O protagonismo de Alberto de Monsaraz na história do Integralismo Lusitano
15h00 – Coffee Break
15h15 – Leandro Pereira Gonçalves (PUC-SP / ICS-UL)
Os integralismos como uma forma de conhecimento da relação luso-brasileira no ambiente do
conservadorismo
15h45 – Discussão
16h15 – Coffee Break
LANÇAMENTO DE LIVRO [16h30 17h00]
GONÇALVES, Leandro Pereira; SIMÕES, Renata Duarte (orgs.). Entre tipos e recortes:
histórias da imprensa integralista. Guaíba-RS-Brasil: Sob Medida, 2011.
Debate e apresentação: Leandro Pereira Gonçalves, Giselda Brito Silva e Gilberto Grassi
Calil

30 DE SETEMBRO

SEÇÃO 3 – A “nova” extrema-direita [9h00 10h30]
Coordenação: Leandro Pereira Gonçalves (PUC-SP / ICS-UL)
9h00 – Riccardo Marchi (ICS-UL)
A direita radical portuguesa na transição para a democracia
9h20 – Fábio Chang de Almeida (UFRGS / ICS-UL)
A “nova” extrema-direita em Portugal e na Argentina
9h40 José Pedro Zúquete (ICS-UL)
Novos tempos, novos ventos: a extrema-direita europeia e o Islão
10h00 – Discussão
10h30 – Coffee Break

CONFERÊNCIA

[11h00 – 12h30]
Martin Conway (University of Oxford Faculty of History)
Catolicismo e corporativismo na Europa dos anos 30
12h30 – 14h30 – Almoço
SEÇÃO 4 Catolicismo e Autoritarismo [14h30 17h15]
Coordenação: Goffredo Adinolfi (ISCTE-IUL)
14h30 – Duncan Simpson (King’s College London)
O catolicismo português e o autoritarismo salazarista
15h00 – Maria Inácia Rezola (IHC-UNL)
Estado e Igreja nas origens do Salazarismo
15h30 – Intervalo
15h45 Giselda Brito Silva (UFRPE / ICS-UL)
A Cruzada Anticomunista: a juventude católica e o nacionalismo radical no Estado Novo de
Salazar
16h15 Enrique Serra Padrós (UFRGS) (Via Skype)
A Igreja Católica e os Regimes Autoritários na América Latina
16h45 – Discussão
17h15 – Encerramento
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terça-feira, 6 de setembro de 2011

XV Bienal do Livro Rio bate recorde de público e atrai 200 mil pessoas nos quatro primeiros dias

Fonte: Fagga | GL exhibitions

Palestras de Luiz Eduardo Soares, Zuenir Ventura e Lisa Sanders, consultora da série de TV House, encerram o primeiro fim de semana da festa literária.

Maior evento literário do país, a XV Bienal do Livro Rio estabeleceu novo recorde de público para seus quatro primeiros dias: de quinta a domingo, 200 mil pessoas passaram pelos pavilhões e corredores do Riocentro, dispostas a participar da festa cultural e assistir a palestras que mostram toda a diversidade da produção literária brasileira. No primeiro fim de semana, o programa de encontros entre leitores e autores foi encerrado com um debate entre o cientista político Luiz Eduardo Soares e o jornalista Zuenir Ventura, com mediação da jornalista Marília Martins, no Café Literário. Em uma sessão bastante concorrida, a dupla abordou temas recorrentes em suas principais obras - no caso, Cidade partida (Companhia das Letras), de Zuenir, e Elite da Tropa 1 e 2 (Nova Fronteira), de Soares.
Reunidos para falar sobre o tema "O Brasil pode ser mais legal?", os dois tiveram uma resposta positiva. Para Luiz Eduardo, "quando acreditamos que as mudanças podem acontecer, nos preparamos para elas e contribuímos para que de fato aconteçam". Zuenir também se considera um otimista. "Está escrito no meu DNA: careca e otimista", brincou. "O otimismo leva à ação; o „não adianta‟, para mim, é terrível". Na opinião do autor, todas as mazelas podem ser resolvidas por vontade política, exatamente o que falta no caso do Brasil. Como não poderia deixar de ser, a implantação das UPPs foi um dos temas centrais do debate. Os dois concordam que a implantação da política nas comunidades do estado do Rio de Janeiro foi uma mudança forte e positiva em relação às missões policiais pontuais anteriores, baseadas no confronto, mas ainda há muito a ser feito.

A noite de domingo na Bienal também reservou um encontro com a médica e escritora Lisa Sanders, autora do livro Todo paciente tem uma história para contar (Zahar) e consultora de House, a badalada série de TV. Sanders conversou com o médico, psicanalista e escritor Francisco Daudt, na mesa-redonda "Do sintoma ao drama", mediada pelo escritor Felipe Pena. Os dois falaram sobre a relação entre médico e paciente. "Os dois precisam ser parceiros e trabalhar juntos na busca pelo diagnóstico correto. Eles têm que pensar juntos sobre o que está acontecendo", disse Sanders. Já Daudt defendeu uma linguagem mais acessível para médicos e psicanalistas. "É um grande defeito da nossa profissão: falamos coisas que as pessoas, às vezes, não entendem".
Sanders não se furtou a falar sobre House, enorme sucesso da televisão: "Eu me divirto fazendo a série. Os autores dizem o que o personagem tem em mente e preciso criar uma doença terrível para ele. Essas doenças sempre causam seis coisas terríveis aos pacientes ao longo do episódio. Minha missão é imaginar o que House e os médicos podem achar que ele tem, inclusive um diagnóstico que possa levar o personagem à morte", contou Lisa.

O público do Café Literário assistiu ainda a um bate-papo sobre as relações entre homens e mulheres entre a psicóloga brasileira Malvine Zalcberg e a autora americana Kim Edwards. Depois de pôr em questão as personagens femininas de suas obras, Zalcberg, autora de
A relação mãe e filha (Campus), e Edwards, que escreveu Lago dos Sonhos (Arqueiro), debateram a psicanálise e falaram sobre a diferença na postura e no comportamento entre homens e mulheres.
Contudo, a XV Bienal do Livro Rio mostrou que nem apenas de relacionamentos entre homens e mulheres vive a literatura feminina no espaço Mulher e Ponto. A jornalista Maria Dolores e a microbiologista Natascha Müller fizeram um debate descontraído sobre o mercado de livros voltado para as mamães. A conversa tocou em temas delicados de forma leve, sem tabus, como a gravidez na adolescência e as dificuldades vividas pelos pais de primeira viagem no momento em que nasce o tão esperado bebê. Logo em seguida, o tema foi as cirurgias plásticas e suas referências na literatura, discutido pelos médicos Charles Sá e Natalie Gontijo Amorim e a doutora Roseli Siqueira. Sá procurou questionar se é realmente necessário realizar cirurgias plásticas apenas para melhorar a aparência.

Na sessão que tem como objetivo difundir clássicos da literatura brasileira, através da leitura de trechos célebres das grandes obras nacionais, o Livro em Cena homenageou neste domingo José Lins do Rego e Lima Barreto. O primeiro teve trechos do romance Fogo Morto interpretados pelo ator Ricardo Blat. A obra, que fala sobre o declínio do ciclo da cana e, por consequência, dos senhores de engenho e do Nordeste mercantil, é considerada a obra-prima do autor. Durante a leitura, o ator deu um show de interpretação: carregando no sotaque, criou para cada um deles uma voz e uma postura corporal diferente. No fim da sessão, Ricardo beijou sua própria mão e levou o beijo ao rosto de José Lins do Rego, projetado em uma tela no palco.

Depois, José Wilker subiu ao palco para ler um trecho de Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto. "Quando fui convidado para realizar esta leitura, pensei em estudar, mas decidi que iria me surpreender com ela, assim como vocês. Esta é a primeira vez que leio o Policarpo em anos", explicou Wilker. A precisão, a riqueza de detalhes e a linguagem crítica, satírica e poética de Lima Barreto impressionaram o ator, que, ao final da leitura, abriu um largo sorriso e disse simplesmente: "Genial".

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Professor do CES/JF participa de congresso internacional na Espanha.






O professor do curso de História do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (CES/JF), Leandro Pereira Gonçalves, que está em Portugal desenvolvendo pesquisas para seu doutorado, participará, do dia 06 ao dia 09 de setembro, na cidade de San Fermando (Cádiz), na Espanha, do "XVI Congresso Internacional de AHILA" (Associación de Historiadores Latinoamericanistas Europeos).
No evento, o professor apresentará um trabalho intitulado "Uma relação conservadora luso-brasileira: o nacionalismo e a revolução espiritual de Plínio Salgado", que é resultado das pesquisas que desenvolve em Portugal.
Com doutorado em desenvolvimento na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Leandro tem como objetivo a identificação das matrizes discursivas do líder da Ação Integralista Brasileira, o escritor e político, Plínio Salgado.
O pensamento central do chefe integralista teve como base a criação de uma concepção de nacionalismo com o objetivo de atingir a construção de uma identidade nacional. Verifica-se uma intensa relação da ideologia do movimento com determinados aspectos da cultura política portuguesa, uma vez que parte da inspiração que Plínio Salgado buscou é oriundo da cultura e política lusitana. O líder integralista foi exilado em Portugal após o golpe do Estado Novo promovido por Getúlio Vargas, onde teve vários contatos políticos e escreveu inúmeras obras, dedicando-se a temas religiosos, filosóficos e sociológicos. Esse período é de grande importância para os estudos do Professor Leandro, já que está investigando como foi o exílio de Plínio Salgado em Portugal.
Desde janeiro de 2011 no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-UL), o Professor desenvolve pesquisas arquivísticas e documentais em Portugal para o desenvolvimento da tese de doutorado.
O levantamento dos documentos sobre as relações de Plínio Salgado em Portugal será concluído pelo Professor Leandro Pereira Gonçalves até o fim do ano, para que possa retornar no início de 2012 para o curso de História do CES/JF.
Mais informações sobre o XVI Congresso Internacional de AHILA - http://www.congresoahila2011.com/

REDIRECIONANDO A VAIA – UMA NOITE EM 67


Por Cláudio Kaz

Como muitos projetos, inclusive em nossa vida, às vezes não pensamos nas devidas proporções que algo poderá alcançar. Os festivais que aconteceram no Brasil nos anos 60 eram apenas para “acontecer”.  Apenas para cobrir a grade de programação das emissoras. Palavras de Solano Ribeiro. Idealizador dos festivais. Como as primeiras edições foram um sucesso, as outras resolveram também copiar a idéia e fazer também. E, segundo Paulinho Machado de Carvalho, grande nome da TV brasileira e diretor de alguns festivais, tudo começou com um ato que, hoje é comum para nós, porém na época não era. Nos estádios de futebol se filmava apenas o campo. Depois se teve a brilhante idéia de se mostrar os torcedores e conseqüentemente a tribuna de honra dos estádios. Eis quem estava lá com “uma senhora, que não era sua senhora”, o presidente da Federação Paulista de Futebol. Num acesso de fúria pela saia justa em que foi colocado, mandou cancelar a transmissão dos jogos do campeonato paulista. Com isso, ficou-se uma brecha na grade das emissoras.
                Logicamente, entre vários festivais que aconteceram, um se destacou plenamente por diversos motivos. Motivos estes que vão do político ao cultural. Uma noite em 67, dirigido por Renato Terra e Ricardo Calil, é um ótimo documentário sobre um festival que marcou a música popular brasileira e também a vida política do brasileiro. O filme fala sobre o III Festival de Música Popular Brasileira na TV Record em 1967.
                O festival de 67 também foi feito para cobrir grade, assim como as outras edições e outros festivais de emissoras diferentes. Porém esse tornou uma dimensão maior com o passar dos anos. Surgimento do Tropicalismo, ascensão de Chico Buarque, presença de Roberto Carlos (considerado um artista “menor” por fazer jovem guarda) e a famosa cena em que Sérgio Ricardo, irritadíssimo com as vaias, quebra o violão e o atira na platéia.
                O festival aconteceu num momento em que a situação não era nada animadora. Com a posse de Costa e Silva e a constituição de 67, os militaram queriam tornar lei várias medidas dos atos institucionais até aquele momento. O movimento estudantil fervia por trás de tudo. E era exatamente esse público que era maioria nos festivais. O diretor fazia com que os festivais fossem, segundo suas palavras, luta livre. Ou um bang-bang, onde se tinha, o herói, a heroína, o vilão, etc. estimulando cada vez mais o publico, que por vezes vaiava em fúria!
                A vaia foi “institucionalizada. Era tão comum (ou podemos dizer necessário?) vaiar, que existia uma torcedora que se vestia de “vaia”!? Em sua roupa tinha um “U” escrito. E os próprios produtores do festival que estimularam esse comportamento. Zuza Homem de Melo, na época trabalhando como responsável pelo som, em uma conversa com o engenheiro do programa pediu permissão para se implantar microfones no teto do Teatro para que o público em casa senti-se a vibração do evento.
                Numa época em que não se podia extravasar suas idéias, nada melhor que vaiar músicas que não diziam, pelo menos subjetivamente, aquilo que todos queriam ouvir. Muitos dizem que isso era inconsciente. Como se o público direcionasse a sua raiva reprimida e as descontasse no evento. Por exemplo, uma torcida organizada foi ao teatro única e exclusivamente para vaiar Roberto Carlos. Havia uma distinção entre MPB e música jovem. E os dois não se batiam. A Jovem Guarda era, segundo o pessoal da MPB, o imperialismo norte americano. Tinha-se a necessidade resgatar o íntimo da cultura brasileira. Com isso, com tantos motivos para se protestar, fizeram um protesto contra a guitarra elétrica. Símbolo maior do tal imperialismo. Interessante frisar no depoimento de Caetano Veloso que ele ficou com Nara Leão da sacada do Hotel Danúbio em São Paulo, olhando bestificado toda aquela bobagem, enquanto Gilberto Gil (também fundador do Tropicalismo) carregava faixa lá em baixo com outros artistas. O próprio Tropicalismo era essa fusão entre regionalismos brasileiros e rock and roll mundial. Ou nas palavras atuais de Gil: “era Luiz Gonzaga com Beatles.” Porém, na época, para ele fazia sentido se protestar contra isso. Por exemplo, para o jornalista Chico de Assis, a guitarra elétrica trazia “lixo musical” para o Brasil. As gravadoras internacionais estavam loucas para desembarcar seus artistas de segunda linha no mercado fonográfico brasileiro. E segundo Chico, não era Led Zepelin nem Frank Zappa. Esses sim tinham qualidade para vender no mundo inteiro. Era material ruim, que por motivos comerciais talvez atrapalhasse o desenvolvimento da produção musical brasileira.
                Para Caetano, implantar a guitarra elétrica tornou-se uma decisão política. A liberdade de expressão musical. Até as roupas eram forma de protesto. Com as reuniões do Tropicalismo na mesma época, as apresentações dos Mutantes com Gilberto Gil defendo Domingo no Parque foi um marco na música. Assim como os Beach Boys (conjunto argentino de rock and roll) juntamente com Caetano Veloso defendendo Alegria, Alegria. Suas roupas extravagantes e coloridas já chocavam de antemão. E faziam com que Chico Buarque e Edu Lobo, que se apresentavam de smoking, ficassem mais “velhos”. Apesar de seus 20 e poucos anos.
                O festival teve a seguinte classificação:
1.       Ponteio (Edu Lobo – Capinan), defendido por Edu Lobo e Maria Medalha.
2.       Domingo no Parque (Gilberto Gil), defendido por Gilberto Gil e Os Mutantes.
3.       Roda-Viva (Chico Buarque), defendida por Chico Buarque e MPB4.
4.       Alegria, Alegria (Caetano Veloso), defendida por Caetano Veloso e Beach Boys.
5.       Maria Carnaval e Cinzas (Luiz Carlos Paraná), defendido por Roberto Carlos.
6.       Gabriela (Francisco Mourão), defendida por MPB4.
Após o festival, várias artistas se consagraram. Como sempre, apesar de todo o sentido “transcendental” que o festival representou para muitos, alguns artistas se assustaram com o comércio que se formou em cima de tudo. A partir daí, Edu Lobo, por exemplo, se refugiou na França, para diminuir o Frisson que se fez em cima de sua imagem. Não gostava da proporção em que tudo se tornava. Principalmente quando descobriu que pessoas apostavam dinheiro nas músicas. “Virei um cavalo de corrida”. Dizia Edu Lobo.
Os festivais continuaram acontecendo até meio dos anos 80, porém de 68 pra cá, as situação se apertou e de 70 em diante os festivais se tornaram aquilo que se esperava deles. Programa de televisão.